Era uma vez... uma biblioteca

Biblioteca é todo o espaço concreto ou virtual, destinado a uma coleção de informações escritas em papel, ou digitalizadas, e que posteriormente são armazenadas em outras mídias. Segundo o guia online geográfico de cultura e arte, as primeiras bibliotecas do Brasil foram as dos colégios dos jesuítas. Já a primeira biblioteca pública foi fundada na Bahia em 1811, pelo Oitavo Conde do Arcos. A cidade de Rolândia, no estado do Paraná conta com três bibliotecas municipais. A principal, Rui Babosa, está localizada na área central do município. Antes de funcionar no espaço de hoje, a biblioteca operava em das salas da Prefeitura Municipal. Ela foi fundada por meio do Decreto de Lei nº37/49, em 29/06/1949, na gestão do primeiro prefeito nomeado, Adalberto Junqueira e Silva. O prédio atual foi construído em 1981, na gestão do prefeito Pedro Scoparim. O primeiro livro registrado foi “O Casamento de Ana”, escrito por Concórdia Merrel. O primeiro leitor registrado foi Cleyde Tribulato.

Desde o ano da construção a biblioteca Rui Barbosa, ainda conta com o sistema manual de registros. Uma automatização promete mudar esta situação, entretanto nenhuma modificação foi feita até o momento. Há quase dois anos, uma representante do estabelecimento foi até a cidade de Curitiba participar de um curso para aprender como a informatização, que até então ocorreria. Após a aprendizagem o processo deveria ser iniciado junto com as outras bibliotecárias, porém o procedimento é extremamente complexo e exige muito tempo. "O processo a ser realizado é muito trabalhoso e demorado, sem sombra de dúvidas a finalização deste vai trazer muita acessibilidade em nossa rotina”, explica a bibliotecária Inês Aparecida Bello, 57 anos , que trabalha há dez anos no local.

Além da demora na automatização, outros problemas também são presentes no local. O espaço físico é pequeno, as prateleiras são bem próximas umas das outras, o dificulta uma transição tranquila e espaçosa. O maior problema relatado pela bibliotecária está relacionado a precariedade de livros novos. Ela conta que a verba adquirida com o dinheiro das multas, xerox e impressões, é toda voltada para a compra de livros. Por mês, são adquiridas de três a quatro obras com os valores arrecadados. Por outro lado, Inês afirma que as doações de livros tanto didáticos quanto os de literatura são frequentes. “Todos os dias aparecem pessoas doando livros, e normalmente eles sempre estão em bom estado de uso”.

Sobre obras raras e tesouros, a bibliotecária citou aquelas relacionados a história de Rolândia. As primeiras construções e o pioneirismo são retratados através de dezenas de obras, realizadas por autores regionais. Segundo ela, na lista dos mais lidos estão os da seção de atualidades que vão de escritores como Nicolas Sparks à Suzanne Collins, autora da trilogia “Jogos Vorazes”. A literatura nacional também é muito solicitada entre os leitores, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Clarice Lispector e Eça de Queirós são os mais procurados. A bibliotecária conta que em épocas de concurso público, os livros didáticos das mais variadas disciplinas são extremamente requisitados. O acesso a internet para estudos e pesquisas também é procurado, e pode ser oferecido por intermédio dos 10 computadores existentes no local.

As outras duas bibliotecas do município funcionam em um horário diferenciado da municipal. Eles recebem os leitores das 08h até as 17h, enquanto a Rui Barbosa é aberta até das 08h às 19h. Ambas criadas no ano de 2011, as bibliotecas Cidadã e Indústria do conhecimento estão localizadas em bairros distanciados do centro da cidade.Esse foi um meio de promover um melhor acesso destas unidades de cultura e conhecimento, aos moradores daquelas regiões. Nestes novos espaços os sistemas de registros de livros já foram entregues na versão informatizada. A estudante de biblioteconomia da UEL Deise Manhi, relata que sempre utiliza o espaço próximo a sua residência. Para ela, apesar do fácil acesso à internet que a maioria das pessoas tem atualmente, algumas obras, não estão disponíveis em versão online, e é neste momento que a presença de um espaço físico, faz toda a diferença em seu dia a dia. "A biblioteca tem a função de transmitir informações para pesquisas e estudos e, além disso, também pode ser utilizada para passar o tempo, e adquirir diversão”, afirma.

A bibliotecária do Rui Barbosa, afirma ter muito amor por sua profissão. Ela ainda revela, que em tempos de tanta tecnologia, ainda há muitas pessoas que procuram o espaço devido à credibilidade que o livro possui. “Livros são vistos como documentos. Eles transmitem seriedade. Tem pessoas que deixam de estudar em casa no computador, para ir até uma biblioteca e realizar as pesquisas que desejam.”

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